Povo assim, os corruptos adoram
Dois episódios no Orkut me inspiraram a escrever esse texto. Mesmo que não estejam diretamente ligados ao assunto deste tópico, me ajudaram a pensar a respeito.
Um é a polêmica dos busólogos que passaram a defender a padronização visual dos ônibus do RJ e os problemas que vieram junto (que os mesmos ainda insistem em dizer que não existem).
Outro é um tópico da comunidade "Eu odeio a seleção brasileira", que define como idiota quem torce pela seleção da Argentina. Apesar de não gostar de futebol e de reprovar de uma certa forma o fanatismo do futebol argentino, se percebermos bem, o fanatismo deles não é tão alienado como o nosso, pois além do futebol ser tratado como mero esporte - aqui o futebol tem uma importância exagerada para as características que possui - , o povo de lá se rebela contra os abusos das autoridades. Aqui, chegam a beijar os pés de algum político abusado.
O brasileiro é tradicionalmente um povo medroso e submisso. O povo bravo do Hino Nacional, que "não foge a luta" existe só na letra. Na verdade o povo brasileiro até se sente confortável com o cenário atual, com paliativos disfarçados de "soluções definitivas" e deslumbrado com o crescimento da indústria do entretenimento no país. Viramos a potência da diversão mundial e isso parece satisfazer a população.
Já em qualidade de vida, ainda estamos entre os piores. Basta colocar os problemas debaixo do tapete ou tentar "resolvê-lo" com paliativos como bolsas disto e daquilo ou esmolões como o "Criança Esperança". Resolver de maneira concreta os problemas exige esforço e risco e a população não está preocupada em enfrentá-los para uma melhoria definitiva. Se não dá para resolver um problema, o jeito é fugir para as drogas licitas ou não ou para a farra das noitadas e do futebol. Fuga, fuga, fuga, essa é a ordem.
E isso agrada muito a autoridades e grandes empresários. Desde os anos noventa, esse aspecto tem ajudado a atrair a atenção de vários grandes empresários estrangeiros. Um deles, que obviamente não se identificou, foi enfático: "quero investir no país porque o povo daqui é obediente e a mão de obra é barata". É o preço que o povo tem que pagar por ser tão alienado e conformista.
E as autoridades, sobretudo as corruptas, se beneficiam desse cenário, pois ficam livres da ameaça de revolta popular. A população se limita a reclamar pelas costas, mas aquela "reclamação" que já é permitida pela grande mídia, muitas vezes não levada a sério pelos alvos dessa reclamação e incapaz de romper a "impermeabilidade" desse políticos, que permanecem impunes.
Infelizmente, não tenho orgulho de viver nesse país. Parece que para muitos, os problemas existentes já fazem parte de nossa nação. Como se integrassem o nosso folclore. E isso contribuí ainda mais para que eles permaneçam.
Mas não faz mal. Se a situação se complicar, vai todo mundo correndo se esconder em um estádio de futebol ou em alguma boate e se alucinar com alguma cerveja. Até que o velho problema não resolvido volte para lembrar os brasileiros de que ainda continua vivo, sadio e atuante.
Um é a polêmica dos busólogos que passaram a defender a padronização visual dos ônibus do RJ e os problemas que vieram junto (que os mesmos ainda insistem em dizer que não existem).
Outro é um tópico da comunidade "Eu odeio a seleção brasileira", que define como idiota quem torce pela seleção da Argentina. Apesar de não gostar de futebol e de reprovar de uma certa forma o fanatismo do futebol argentino, se percebermos bem, o fanatismo deles não é tão alienado como o nosso, pois além do futebol ser tratado como mero esporte - aqui o futebol tem uma importância exagerada para as características que possui - , o povo de lá se rebela contra os abusos das autoridades. Aqui, chegam a beijar os pés de algum político abusado.
O brasileiro é tradicionalmente um povo medroso e submisso. O povo bravo do Hino Nacional, que "não foge a luta" existe só na letra. Na verdade o povo brasileiro até se sente confortável com o cenário atual, com paliativos disfarçados de "soluções definitivas" e deslumbrado com o crescimento da indústria do entretenimento no país. Viramos a potência da diversão mundial e isso parece satisfazer a população.
Já em qualidade de vida, ainda estamos entre os piores. Basta colocar os problemas debaixo do tapete ou tentar "resolvê-lo" com paliativos como bolsas disto e daquilo ou esmolões como o "Criança Esperança". Resolver de maneira concreta os problemas exige esforço e risco e a população não está preocupada em enfrentá-los para uma melhoria definitiva. Se não dá para resolver um problema, o jeito é fugir para as drogas licitas ou não ou para a farra das noitadas e do futebol. Fuga, fuga, fuga, essa é a ordem.
E isso agrada muito a autoridades e grandes empresários. Desde os anos noventa, esse aspecto tem ajudado a atrair a atenção de vários grandes empresários estrangeiros. Um deles, que obviamente não se identificou, foi enfático: "quero investir no país porque o povo daqui é obediente e a mão de obra é barata". É o preço que o povo tem que pagar por ser tão alienado e conformista.
E as autoridades, sobretudo as corruptas, se beneficiam desse cenário, pois ficam livres da ameaça de revolta popular. A população se limita a reclamar pelas costas, mas aquela "reclamação" que já é permitida pela grande mídia, muitas vezes não levada a sério pelos alvos dessa reclamação e incapaz de romper a "impermeabilidade" desse políticos, que permanecem impunes.
Infelizmente, não tenho orgulho de viver nesse país. Parece que para muitos, os problemas existentes já fazem parte de nossa nação. Como se integrassem o nosso folclore. E isso contribuí ainda mais para que eles permaneçam.
Mas não faz mal. Se a situação se complicar, vai todo mundo correndo se esconder em um estádio de futebol ou em alguma boate e se alucinar com alguma cerveja. Até que o velho problema não resolvido volte para lembrar os brasileiros de que ainda continua vivo, sadio e atuante.
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
ResponderExcluir