Barnaby Jack conseguiu um jackpot na Black Hat (conferência de segurança digital) na última quarta-feira (28/07). Duas vezes. Ao explorar falhas em duas máquinas ATM (caixas eletrônicos) diferentes, o pesquisador da IOActive foi capaz de extorquir dinheiro dos aparelhos e obter dados dos cartões de créditos de clientes que a utilizaram.
O hacker demonstrou sua habilidade em dois dispositivos adquiridos por conta própria – daqueles usualmente encontrados em bares e lojas de conveniência. Criminosos já vêm utilizando tal tática há anos, contratando profissionais para descobrir senhas de cartões ou, às vezes, simplesmente roubando as máquinas a fim de levá-las a um local mais seguro onde a mesma ação será colocada em prática.
Segundo Jack, no entanto, existe uma maneira ainda mais fácil para explorar o sistema: delinquentes podem se conectar ás máquinas simplesmente contatando-as com um telefone. Ele acredita que grande número delas pode ser controlada remotamente a partir de um simples telefonema.
Depois de experimentar com seus próprios aparelhos, Jack desenvolveu um método para derrubar o sistema de autenticação remota e instalar uma praga virtual também feita por ele. Batizada de Scrooge, ela torna possível a substituição do firmware do dispositivo. Mas, Jack não parou por aí: ele construiu um software de gerenciamento online, que lhe permitia manter contato com as máquinas infectadas, de modo a continuar a coletar os dados das pessoas que as utilizavam.
Criminosos poderiam encontrar caixas eletrônicos vulneráveis a partir do software open-source desenvolvido, fazendo com que ele ligasse para inúmeros aparelhos e apenas esperando a reposta daqueles que já estariam infectados. É uma tática parecida com aquela já utilizada para entrar, a partir da internet, no sistema de computadores responsáveis por transações comerciais.
Causa nobre
De acordo com Jack, sua demonstração foi só uma forma de provar o quão vulneráveis são os caixas eletrônicos. “O objetivo de meus atos é iniciar uma discussão sobre as melhores formas para corrigir o problema”, afirma. “Chegou a hora desses dispositivos serem atualizados. As companhias que os fabricaram não são a Microsoft; elas não sofreram dez anos de ataques contínuos”.
De acordo com Jack, sua demonstração foi só uma forma de provar o quão vulneráveis são os caixas eletrônicos. “O objetivo de meus atos é iniciar uma discussão sobre as melhores formas para corrigir o problema”, afirma. “Chegou a hora desses dispositivos serem atualizados. As companhias que os fabricaram não são a Microsoft; elas não sofreram dez anos de ataques contínuos”.
As máquinas as quais Jack infectou, no entanto, são baseadas em um sistema operacional da gigante dos softwares, o Windows CE.
Em uma convincente performance durante sua palestra na Black Hat, o hacker se conectou a um caixa eletrônico e executou o programa denominado Jackpot. O que se viu a seguir foi uma quantidade significativa de notas saindo do aparelho ao mesmo tempo que a palavra “Jackpot” era exibida em sua tela.
Na segunda parte, Jack caminhou até o dispositivo, invadiu seu sistema com uma senha obtida na internet e instalou seu firmware. Ele diz que uma simples chave pode abrir diversos caixas eletrônicos, ou seja, mais um problema de segurança dos mais preocupantes.
O curioso é que Jack havia planejado a palestra para a conferência do ano passado, mas, foi convencido por vendedores de caixas eletrônicos a adiar suas revelações. Eles pensavam que, com mais tempo, poderiam corrigir as falhas descobertas pelo hacker.
Fonte: idgnow.uol.com.br
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